Na casa de Elisa tem um grande maleiro e dentro dele, duas malas.
Uma delas é preta, enorme, de rodinhas, toda dura. Ela adora essa mala, que foi presente do marido dela, o Luiz Roberto.
Uma delas é preta, enorme, de rodinhas, toda dura. Ela adora essa mala, que foi presente do marido dela, o Luiz Roberto.
Elisa e Luiz Roberto viajam muito. Nova Iorque, Paris, Japão, Istambul, China, já conheceram muitos lugares.
Mas essa história não é sobre a volta ao mundo de Elisa e Luiz Roberto...
Elisa faz natação todas às terças e quintas no clube, perto de sua casa. E ela, como é muito organizada, deixa a sua malinha sempre pronta.
Mas essa história não é sobre a volta ao mundo de Elisa e Luiz Roberto...
Elisa faz natação todas às terças e quintas no clube, perto de sua casa. E ela, como é muito organizada, deixa a sua malinha sempre pronta.
Essa é uma mala pequena, tipo sacola, bem colorida, que cabe tudo que ela precisa: pés de pato, óculos, touca, prancha, roupão, maiô, chinelos, toalha, secador e uma bolsinha com xampu, condicionador e sabonete.
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Ilustração: Malu Yazbek |
Quando Elisa não está usando a malinha colorida, ela fica guardada ao lado da mala preta. Aquela, do começo da história, no grande maleiro de seu quarto.
As malas, a preta e a colorida, ficam lado a lado, mas nunca conversam.
Depois que a Elisa ganhou essa mala preta do Luiz Roberto ela nunca mais ligou para mim, virei malinha de clube, sempre carregada de coisas e às vezes fico molhada e com cheiro de cloro. Pensa a malinha colorida.
Já a mala preta, conheceu Nova Iorque! Esse era o meu sonho! Até para China, onde eu fui fabricada, ela já foi! E eu, nada! Só clube, clube, clube.
Depois que a Elisa ganhou essa mala preta do Luiz Roberto ela nunca mais ligou para mim, virei malinha de clube, sempre carregada de coisas e às vezes fico molhada e com cheiro de cloro. Pensa a malinha colorida.
Já a mala preta, conheceu Nova Iorque! Esse era o meu sonho! Até para China, onde eu fui fabricada, ela já foi! E eu, nada! Só clube, clube, clube.
Se malas tivessem documentos, ela teria um passaporte com diversos carimbos, chiquérrima! E eu, no máximo, uma carteirinha de clube. Que sem graça que é a minha vida, desesperava-se a malinha colorida.
Por outro lado, a mala preta não entende por que a colorida tem tanta antipatia por ela. Ela nunca tinha feito nada para incomodá-la. Tá certo, ela é grande, dura, mas não atrapalha o espaço da vizinha.
Por outro lado, a mala preta não entende por que a colorida tem tanta antipatia por ela. Ela nunca tinha feito nada para incomodá-la. Tá certo, ela é grande, dura, mas não atrapalha o espaço da vizinha.
Um dia, cansada de tanta indiferença, a mala preta resolve puxar assunto.
- Colorida... Colorida...
- O que foi?
- Na próxima semana vou de novo para a Europa, eu não aguento mais esse entra e sai de aeroportos.
As esteiras rolantes estão sempre lotadas, fico rodando, rodando e sempre acabo tonta. Os bagageiros são tão apertados, uma mala por cima da outra, ficamos super espremidas, chego sempre muito dolorida.
- Colorida... Colorida...
- O que foi?
- Na próxima semana vou de novo para a Europa, eu não aguento mais esse entra e sai de aeroportos.
As esteiras rolantes estão sempre lotadas, fico rodando, rodando e sempre acabo tonta. Os bagageiros são tão apertados, uma mala por cima da outra, ficamos super espremidas, chego sempre muito dolorida.
E depois sou abandonada num quarto de hotel. Só lembram de mim na hora de ir embora e sempre reclamando de terem que me arrumar. Vivem dizendo: como é chato arrumar mala na volta de uma viagem, nunca cabe nada! E o pior você não sabe: às vezes, o Luiz Roberto senta nas minhas costas para fechar o meu zíper! Imagina aquele peso todo em cima de mim!
A malinha colorida ouviu todo o relato da mala preta, quieta e pensativa. Não disse uma só palavra.
Ainda bem que amanhã é quinta-feira, temos natação. Vou poder curtir um solzinho, ver pessoas bonitas correndo na pista de cooper, crianças brincando no parquinho e ficar na sombra daquela linda árvore que a Elisa gosta de sentar para tomar o seu suco de mamão com laranja. Pensou a malinha colorida, esboçando um sorriso.
A malinha colorida ouviu todo o relato da mala preta, quieta e pensativa. Não disse uma só palavra.
Ainda bem que amanhã é quinta-feira, temos natação. Vou poder curtir um solzinho, ver pessoas bonitas correndo na pista de cooper, crianças brincando no parquinho e ficar na sombra daquela linda árvore que a Elisa gosta de sentar para tomar o seu suco de mamão com laranja. Pensou a malinha colorida, esboçando um sorriso.
3 comentários:
Amiga !!!Voce é incrível ...aja criatividade!!!adorei
Saudades....
Bjs
Rita
Oi filha, adorei esta histórinha, to até imaginando o soorizinho maroto da malinha colorida, bj.
Ah, garanto que a malinha colorida também não é dura como a preta... Deve ser molinha e até servir para apoiar a cabeça na hora de um cochilo, embaixo da árvore lá do clube...
Bjos
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